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LESÕES DOS MENISCOS DO JOELHO

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O joelho é a maior articulação do corpo. É formado pela união de uma das extremidades do fêmur ( osso da coxa ), uma das extremidades da tíbia ( osso da perna ) e pela patela anteriormente. A articulação está sujeita a lesões porque é o centro de uma alavanca que suporta o peso do corpo e transmite as forças geradas pelos músculos ao seu redor.

Entre o fêmur e a tíbia encontram-se duas estruturas de fibrocartilagem, com o formato de meia-lua, chamados de meniscos. Eles funcionam como amortecedores, fazendo a adaptação entre as superfícies cartilaginosas dos dois ossos. O joelho é uma articulação de carga porque suporta o peso do nosso corpo e, dentro dos nossos joelhos, são os meniscos que recebem e transferem grande parte das forças entre o fêmur e a tíbia. Eles são machucados quando o joelho sofre uma torção, é hiperflexionado ou hiperestendido. Em qualquer uma dessas situações os meniscos são “esmagados” entre o fêmur e a tíbia e podem ter a sua estrutura rompida. No nosso meio os homens costumam machucar os meniscos do joelho jogando futebol. As mulheres, normalmente, machucam seus meniscos em atividades caseiras diárias como, por exemplo, ao agachar para pegar alguma coisa no chão. Nas pessoas de mais idade, as lesões degenerativas são bastante comuns – os meniscos envelhecidos ficam mais fracos e forças menores sobre eles podem causar lesões.

Os sintomas mais comuns de lesão meniscal são dor, inchaço do joelho, estalidos e, em alguns casos, até o bloqueio articular, que acontece quando um grande fragmento de desloca dentro da articulação e impede o seu livre movimento. O joelho fica literalmente “travado”. O médico especialista, depois de saber detalhes sobre os sintomas do paciente, costuma pedir um exame de imagem – a ressonância magnética – para estudar a causa desses sintomas quando há suspeita de lesão meniscal.

O tratamento das lesões meniscais depende do tipo, da localização e da extensão da lesão, bem como outros fatores: idade do paciente, tempo de aparecimento dos sintomas, lesões ou tratamentos anteriores, etc... O tratamento pode ser conservador, com medicamentos, repouso e fisioterapia, por exemplo. Ou pode ser cirúrgico, nos casos onde houve rompimento da estrutura meniscal e há necessidade de reparo ou regularização. Atualmente, com as modernas técnicas artroscópicas, um cirurgião especialista resolve o problema em alguns minutos. São feitas duas mini-incisões ( orifícios ), uma de cada lado do joelho, não maiores do que 5 mm cada. Por um desses orifícios o médico introduz o artroscópio, um instrumento óptico que é acoplado a uma câmera e que trans,ite as imagens de dentro da articulação, ampliadas e em alta resolução, para um monitor de vídeo. Pelo outro orifício são inseridos os instrumentos cirúrgicos artroscópicos, que permitem ao cirurgião tratar as lesões dos meniscos. A técnica artroscópica já existe há alguns anos. O que temos hoje de diferente é que os instrumentos de última geração são muito mais sofisticados, precisos, menores e com muito mais funções do que tínhamos há alguns poucos anos atrás. Isso significa que hoje um cirurgião habilidoso consegue fazer cirurgias mais rápidas e com resultados muito melhores do que há alguns anos.

A atualização constante das técnicas operatórias do cirurgião e de seu instrumental cirúrgico é fundamental. A recuperação de uma cirurgia artroscópica para tratamento de uma lesão meniscal é relativamente rápida e, em poucos dias, o paciente poderá retornar às suas atividades normais. É importante que o paciente com dor no joelho procure sempre um ortopedista especialista na área de cirurgia do joelho e traumatologia esportiva para ser corretamente avaliado. Em caso de necessidade de cirurgia, escolher sempre um bom hospital, com tecnologia de ponta e materiais de última geração, para sua segurança e tranquilidade.

Autor

Dr Adriano de Araujo Karpstein

Dr Adriano de Araujo Karpstein

Medicina Esportiva, Ortopedista e Traumatologista

Especialização em Cirurgia de Joelho, Traumatologia Esportiva e Cirurgia Artroscópica no(a) Hospital de Clínicas - Universidade Federal do Paraná.